1. Na sua visão, como você enxerga a evolução do mercado de O&M em projetos de energias renováveis no Brasil em comparação com as tendências em outros mercados de O&M internacionais?
É evidente que o mercado brasileiro tem evoluído significativamente, e a passos largos. A grande diferença nessa comparação, entre o processo de evolução do mercado de O&M no Brasil e outros mercados de O&M internacionais, é principalmente a velocidade requerida para tal evolução. Enquanto outros mercados tiveram até o presente momento cerca de 4 décadas para amadurecer e evoluir, podemos dizer que o mercado de O&M no Brasil só tem/teve 1 década. Além do tempo, outros 4 fatores extremamente significativos surgiram nessa última década, a rápida evolução tecnológica dos equipamentos, o aumento da competitividade, fim de subsídios e o decréscimo do preço da energia.
2. Quais alguns exemplos de novos serviços que estão surgindo para O&M eólico e solar frente à novos desafios e novas demandas que estão surgindo?
Na eólica, os serviços de O&M que surgem não são de todo tão novos. O interessante aqui são os tipos de contrato que estão sendo negociados (nem sempre full scope), e o tempo de duração desses contratos (mais longos). Determinados clientes, com uma estrutura de engenharia mais robusta, podem assumir determinados riscos dos contratos de O&M. Nesse sentido, podemos entender gestão de riscos como gestão de recursos (especialmente financeiros). De toda forma, um dos serviços que tem se fortalecido, apesar de não ser novo, é o de inteligência artificial e predição de falhas.
Na solar, os investidores estão se deparando com desafios e situações críticas para a operação que não estava inicialmente previstos nos projetos, notadamente a alta taxa de falhas nos inversores de potência, e isso, obviamente, traz novas oportunidades de negócio. Além disso, a segregação tecnológica entre os principais sistemas que compõem um parque solar tais como: controle, inversores, placas solares e tracking possibilitam várias oportunidades para implementação de soluções tecnológicas de integração ou de melhoria de eficiência.
Exigência de máquinas maiores.
Em duas palavras, tem sido interessante e acima de tudo desafiante. Em relação à maturidade dos projetos, o tempo trouxe mais experiência aos clientes, a experiência trouxe aprendizado, e esse aprendizado apontou para algumas oportunidades de melhoria de gestão e eficiência. Consequentemente, essas oportunidades têm sido externadas, discutidas e alinhadas com os provedores de serviço de O&M como novas exigências e necessidades da perspectiva do investidor, e foi nesse momento que se tornou interessante e desafiante. Em relação ao mercado, os pontos chaves são LCOE - perspectiva de longo prazo, e o preço de venda da energia – aumentando o nível de exigência quanto a eficiência financeira dos projetos. As renovações contratuais também têm sido um ponto alto dentre os marcos da vida útil de um projeto eólico.
4. Quais são os diferenciais competitivos e benefícios que a Goldwind traz ao mercado em termos de serviços para projetos de energias renováveis?
Primeiramente, é importante reforçar que a nível mundial a Goldwind se mantém no TOP3 há vários anos; a nível regional recentemente atingimos a marca de 1GW de potência instalada na América do sul; e a nível local - mercado brasileiro, já temos raízes profundas. Atuamos no Brasil desde 2017, e desde então nossa estrutura de equipes de campo e time de BackOffice só tem crescido e se fortalecido.
Mas, falando de diferencias e benefícios, começando pelas pessoas, o time da Goldwind é extremamente experiente no mercado eólico brasileiro, especialmente nas áreas: estratégica, financeira e de operações. Os aerogeradores da Goldwind são de acoplamento direto e altamente confiáveis. A Goldwind no Brasil se beneficia de toda a cadeira de suprimentos desenvolvida na China e também a nível global. A Goldwind está completamente disposta e favorável a negociar e assinar contratos de O&M (full scope), de longo prazo – 20 a 25 anos, propiciando maior estabilidade e segurança aos empreendimentos dos investidores. A Goldwind é pioneira em inovação e faz isso de maneira concreta e estruturada – no Brasil, a Goldwind montou em Fortaleza o que chamamos de Solutions Factory – Fábrica de soluções, é o nosso centro tecnológico e de inovação para atender demandas internas ou externas (cliente, mercado).
5. Na sua avaliação, quais as tendências para o mercado de serviços para usinas solares, que está ainda se iniciando no Brasil, em comparação com o mercado de serviços para usinas eólicas, que está mais maduro e avançado? O Solar seguirá o mesmo caminho do Eólico? Comente, por favor.
O mercado de serviços solares já surge bem diferente da concepção inicial do mercado de serviços do setor eólico. Enquanto o eólico surgiu no modo full scope, o solar já surgiu no modo multibrand. Esse fato, por si só, define um caminho diferente do mercado de serviços para parques eólicos. Um caminho muito mais focado na internalização em massa de todas as operações que envolvem manter um parque solar. Por outro lado, as tendências e o caminho têm o mesmo direcionamento, sendo norteado e baseado pelo aumento da eficiência e um LCOE competitivo.
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