Problemas de saúde emocional afetam pessoas de todas as idades, raças e gêneros, e podem ter um impacto profundo na qualidade de vida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais afetam cerca de uma em cada quatro pessoas em todo o mundo. Isso inclui condições como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, esquizofrenia e transtornos alimentares. Além disso, a pandemia trouxe novos desafios para a saúde mental, como aumento do estresse, ansiedade e depressão, bem como isolamento social e solidão. No Brasil, dados do Sistema de Informação em Saúde Mental (SIM) do Ministério da Saúde apontam que os transtornos emocionais mais comuns no Brasil são ansiedade e depressão, que afetam cerca de 10% e 5% da população, respectivamente. Outros problemas de ordem emocional mais comuns no Brasil incluem transtornos de uso de substâncias e questões alimentares.
Muitos avanços vêm acontecendo na área, principalmente no sentido de desestigmatizar condições de saúde emocional e mais atividades que focam na prevenção e intervenção precoce. O tema de saúde emocional tem se estendido na pauta corporativa, mas apesar dos grandes avanços alcançados no reconhecimento dessa questão no bem-estar dos funcionários, ainda há muito que pode ser feito para acolher colaboradores que enfrentam problemas de ansiedade, depressão, entre outros. Se por um lado falar mais sobre esse assunto ajuda pessoas a reconhecerem as suas próprias questões emocionais, precisamos estar preparados para o acolhimento. Isso se torna ainda mais presente em datas que remetem à saúde emocional, como Janeiro Branco e Setembro Amarelo. Por isso, é fundamental que as empresas tenham competências e serviços que as permitam reconhecer, ensinar a lidar e acolher pessoas com problemas de ordem emocional.
Temos vários canais de acolhimento destas demandas, sendo telefônico e teleconsulta. Em diversos casos, essas são as portas de entrada do colaborador com questões emocionais. Estamos observando um aumento mensal na procura pelos beneficiários ao suporte relacionados à depressão e ansiedade. Dados dos nossos serviços denotam também essa realidade: com um aumento de casos de pessoas com idades entre 20 e 45 anos com ideação, tentativa de suicídio e questões emocionais graves.
Muitas empresas têm percebido que os gestores e líderes não têm domínio de como ajudar os colaboradores com problemas de saúde emocional. Quando são procurados por um colaborador nessa situação, muitos recorrem ao RH. Ou, também, a falta de conhecimento faz com que os líderes não percebam a relação de um comportamento a fatores associados à saúde mental. Estamos vendo a ansiedade, em particular, acometer muitos colaboradores, desde os mais novos de casa, como jovens aprendizes, até funcionários com mais de três décadas na companhia. As empresas podem ajudar seus líderes e gestores a reconhecerem os sinais e acolherem seus funcionários oferecendo treinamentos específicos para auxiliar nas questões de ordem emocional dos colaboradores.
O ato de solicitar ajuda por um dos canais é sinal de que aquela questão está escalando, e que a crise é resultado de um problema maior que precisa ser trabalhado com o funcionário. O acolhimento deve ser tanto para os períodos de crise como para o acompanhamento, atuando de forma preventiva. Um ambiente calmo que permite esse apoio de profissionais capacitados a trabalharem as questões emocionais de seus colaboradores é um grande diferencial para a empresa e para seu capital humano.
Trabalhar de forma preventiva, com uma liderança preparada para reconhecer e acolher seus colaboradores são importantes passos para fomentar um clima organizacional positivo. Ter um espaço de descompressão entre os colaboradores também ajuda a criar uma empresa mais acolhedora para os colaboradores. Essa atenção deve existir não apenas de forma isolada para as questões de saúde emocional, mas também para todas as áreas de cuidado com a saúde e bem-estar dos funcionários. A SulAmérica, por exemplo, oferece diferentes linhas de cuidado para seus funcionários para diferentes áreas, como diabetes, obesidade, idosos, gestantes etc. Cada grupo acompanha o cotidiano desses funcionários com consultas médicas, exames e informações que ajudam a tornar suas vidas mais saudável e equilibrada. Dentro das linhas de cuidado, o beneficiário é também acolhido nas questões de saúde emocional, junto a uma equipe multidisciplinar que olha para a pessoa como um todo.
A SulAmérica oferece serviços relacionados à saúde emocional por meio do Programa Única Mente, que possui a modalidade in company, com palestras e treinamento, além de serviços de acompanhamento com psiquiatras e psicólogos. Também pode ser realizado um diagnóstico para entender as angústias dos colaboradores e criar um plano de ação para endereçar essas questões. A partir da análise de dados de uso, é possível entender como direcionar esse beneficiário para auxiliá-lo de forma efetiva e resolutiva. Esse beneficiário é acompanhado, verificando a taxa de melhora clínica para entender se é necessário reavaliar a conduta terapêutica.
Atualmente a SulAmérica já conta com mais de 70 mil consultas no programa Única Mente, desde 2019, com taxa de conversão de 83,4%. Em fevereiro, o programa atingiu o NPS de 89, para psicólogos, e 84, para psiquiatras, de acordo com o levantamento da equipe de Experiência do cliente da companhia. Programas como o Única Mente mostram para os seus funcionários que a empresa está preparada para acolher seus colaboradores, cultivando um ambiente que favorece positivamente a saúde profissional de seus beneficiários.
No mundo acelerado de hoje, a saúde emocional se tornou mais importante do que nunca. As empresas devem investir em programas para ajudar seus funcionários no longo prazo. A implementação de iniciativas de saúde mental pode ajudar a diminuir as taxas de absenteísmo entre os funcionários, permitindo que eles se desempenhem melhor pessoal e profissionalmente. É essencial as empresas priorizarem as iniciativas de saúde mental e reconhecer os benefícios de longo prazo que elas oferecem para indivíduos, empregadores e sociedade.
PATRÍCIA MELLO
Superintendente de Serviços Médicos
SULAMERICA
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