Alta das principais matérias-primas e em logística afetam fabricantes, aponta Wood Mackenzie; cenário de longo prazo também preocupa
Foto: Divulgação Siemens
Um estudo da consultoria Wood Mackenzie alerta que os preços dos aerogeradores vão aumentar em até 10% nos próximos 12 a 18 meses. O cenário é consequência de aumentos nos preços das principais commodities empregadas nos equipamentos, de aumento dos custos logísticos e no impacto global da pandemia nos negócios.
Para o empresa de consultoria, as matérias-primas mais afetadas foram aço, cobre, alumínio e bras. No caso dos custos logísticos, a empresa aponta valores até quatro vezes superiores, o que já afetou os preços das turbinas nos últimos seis meses. Para a Wood Mackenzie, a tendência deve continuar pelos próximos quatro a cinco trimestres.
A Wood Mackenzie acrescenta ao cenário o abrandamento da demanda global nos próximos dois anos e o aumento das tensões comerciais entre China e Estados Unidos, o que forçou empresas como Vestas, Siemens Gamesa e Nordex a se direcionar para centros de produção alternativos, principalmente a Índia.
Com a evolução tecnológica das turbinas, principalmente para atender novas demandas com sistemas de maior potência para aplicação offshore e mesmo onshore, que demandam materiais de última geração, a consultoria acredita que o setor eólico sofrerá gargalos na cadeia global de suprimentos nos próximos quatro a cinco anos.
Para reverter essa tendência de agravamento da oferta, a Wood Mackenzie chama a atenção para a necessidade de expansão da capacidade de componentes críticos de capital e de matérias-primas em até dois anos, para evitar que a “indústria de turbinas eólicas tenha restrições de fornecimento que podem representar problemas para as metas de descarbonização dos países”.
Segundo a consultoria, os componentes mais críticos e com riscos de escassez seriam nacelles para aerogeradores offshore, bras de carbono, materiais pultrudados, geradores de ímãs permanentes, rolamentos de eixos principais de grande diâmetro, rolamentos de caixa de câmbio, semicondutores e fundições especializadas.
Por: Marcelo Furtado Fonte: Energia Hoje
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